Numa curiosa coincidência, as nossas duas revistas semanais mais reputadas elegeram o mesmo tema para manchete de capa, embora o explorem algo distintamente: para uma, trata-se de dar a melhor conhecer aos seus leitores aqueles que designa por “os ‘pobres’ mais ricos de Portugal”; para a outra, trata-se de dar a melhor conhecer aos seus leitores aquilo que designa por “a rica vida dos falidos da banca”. Cinco personagens ilustram a amostra selecionada para cada caso, com apenas dois em comum: Joe Berardo e Nuno Vasconcelos. A estes somam-se Diogo Vaz Guedes, João Pereira Coutinho e Ricardo Salgado como pobres ricos e Emídio Catum, Joaquim Oliveira e Luís Filipe Vieira como ricos falidos. Critérios são critérios e dão no que dão, mas o que resulta reiteradamente claro destas reportagens é que é inesgotável a gama de diatribes que as sociedades capitalistas frágeis proporcionam aos aspirantes a nela serem elevados a poderosos pela via do uso ou detenção de capital alheio – não que tal não ocorra também no capitalismo central e dominante, mas aí os episódios acabam por ser mais contidos em número e expressão social e tendem a deparar-se com uma justiça mais competente e que atua de modo célere e habitualmente eficaz.
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