segunda-feira, 13 de maio de 2019

SIGA A RUSGA NA POLÍTICA PORTUGUESA

(Nuno Saraiva, https://inimigo.publico.pt)

A crise política terminou na Sexta-Feira, como se esperava, e não nos cumprirá aqui acrescentar sobre ela mais apreciações do que as já feitas. Apenas três imagens curiosamente falantes para devido registo de um momento de viragem na política portuguesa – conjuntural, dizem uns, estrutural, adiantam outros –, o qual só se tornou possível graças à perspicácia e inteligência tática de António Costa perante a incompetente desatenção de Rui Rio (que, além de tudo, nega o que ficou claro para todos os observadores e tira o tapete de modo pouco decente a alguns dos seus companheiros de serviço, com Margarida Mano à cabeça) e a arrepiante inocência de Assunção Cristas.

Agora falta ver como vai resultar a contagem dos votos europeus, quão quente em incêndios vai ser o Verão, que listas de deputados construirá o PS (cuidado com as questões familiares ou semelhantes!), que aproximação a setembro farão os grandes partidos (sobretudo à direita, mas também à esquerda do PS) e que vontade de resistência terá Costa em relação a possíveis ofertas europeias para se perceber o futuro que nos poderá estar destinado no pós-6 de outubro. Sendo que a lógica – que, como sabemos, é frequentemente uma batata – aponta para uma vitória folgada do PS (sem maioria absoluta) que, somada aos ganhos crescentes de Costa em termos de credibilidade, ditará a formação de um novo governo minoritário sem acordos formais com as forças à esquerda (e, obviamente, à direita), antes procurando forjar maiorias parlamentares através de uma gestão das sucessivas situações em presença au cas par cas. O que for há de soar, naturalmente, mas sempre apostaria que a próxima legislatura não chegará ao fim.

(André Carrilho, https://www.dn.pt)

(António Moreira Antunes, “António”, https://expresso.pt)

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