quinta-feira, 9 de maio de 2019

NOGUEIRA É PÁGINA VIRADA


A manhã trouxe-nos uma notícia (im)previsível: a eventual desfiliação do PCP, em ponderação, por parte de Mário Nogueira (MN); mas, à noite, o chefe da FENPROF já tinha sido levado a arrepiar algum daquele impulsivo caminho. Como quer que seja, valerá talvez a pena que nos detenhamos um pouco sobre o personagem e os seus métodos e “causas”.

De facto, MN é uma constante na nossa vida coletiva, como bem provam alguns dos cartunes abaixo em que se recorda o seu incansável afrontamento em relação a Maria de Lurdes Rodrigues (2005/09) e a Nuno Crato (2011/15); MN será mesmo, provavelmente, um dos portugueses menos bem vistos pelos seus concidadãos, tão arrogante e impositiva é a sua atitude reivindicativa e a sua intolerante presença no espaço público. Claro que MN é a simplesmente a cara de uma lógica sindical largamente caduca e detestável, a qual representa, por sua vez, a emanação da estratégia política inconsequente e meramente defensiva do PCP no seio da sociedade portuguesa; mas, ainda assim, é mais do que óbvio que o homem em si se vê como um portador de uma verdade única e, nesse quadro, se contenta em a proclamar sem mais e de modo insuportavelmente impositivo, antipático e quase boçal.

A ação de MN que foi possível visualizar desde a passada Quinta-Feira é paradigmaticamente desse estilo caduco, contraproducente e seguramente sinalizador de derrota: do grande educador dos deputados da Comissão ao moralista vencedor de uma luta longa e justa, primeiro, do crítico impiedoso e ofensivo de Costa ao pregador pedinchão de uma qualquer tábua de salvação junto dos partidos de esquerda, depois. O certo é que na Sexta-Feira se lhe vai acabar o gás e, independentemente de ser ou não real a hipótese de que possa estar de saída do PCP, ele ficará doravante ligado a um fiasco em que apostou tudo e perdeu, deixando assim de ter condições para prosseguir numa senda tornada encruzilhada.

Uma nota final e diversa para referir que, tendo Marcelo assumido alguma dose de responsabilidade nisto tudo, o quebrar do seu silêncio – que se aguarda para breve, só não se sabe é quando – alimenta as mais curiosas especulações de analistas e comentadores; e até as minhas na intimidade das minhas conversas com os meus botões...

(a partir de Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

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