domingo, 12 de maio de 2019

ÀS VEZES O MEC JÁ NÃO DIZ COISA COM COISA



Miguel Esteves Cardoso (MEC) é hoje um sexagenário que anda por aí a ganhar a vida conforme pode, sobretudo entre palpites preguiçosos e sem fundamento e a fruição plena de convites que vai recebendo e lhe vão permitindo alguns trocos mais e/ou bons momentos de comes e bebes. Sendo que o MEC já teve um papel relevante na sociedade portuguesa, quer nos tempos em que foi fundador de “O Independente”, quer pelo que nos legou de peças notáveis e marcantes em “A Causa das Coisas”, quer quando se apresentou com dignidade a candidatar-se às Europeias em 1987, quer pelo modo como sempre se pronunciou sobre a educação das suas filhas gémeas Sara e Tristana, quer pelo exemplo que nos deu aquando da doença da sua atual companheira Maria João.

Vem tudo isto a propósito da sua coluna no “Público” – quase sempre um conjunto de palavras desnecessárias e sem grande interesse ou nexo – e do caso concreto do texto de Sexta-Feira, que intitulou “Só foi pena o Outro”. O Outro a que ele se refere é Pedro Marques, o cabeça-de-lista do PS às Europeias, que procura arrasar em relação aos seus adversários – “não está no mesmo patamar” e “está lá em baixo na rua, a atirar pedras e a chamar nomes aos crescidos”, para além daquele finalíssimo “só achei uma única virtude: a lealdade”. Mas o meu ponto nem chega a ser esse, antes essencialmente o facto de ele “elogiar a competência, o entusiasmo e a eloquência de Marisa Matias, Paulo Rangel, João Ferreira, Nuno Melo e Marinho e Pinto”. E porque não acredito em encomendas, tenho de me limitar a apenas achar que, manifestamente, o MEC está em absoluto desinformado na matéria (o que é lamentável para quem escreve no mais prestigiado diário nacional), designadamente porque se torna por demais óbvio o seu desconhecimento quanto ao que foi sendo a prestação europeia de vários dos candidatos que glorifica com epítetos como “independência”, “corajosa honestidade”, “inteligência” ou “caráter”. Há limites, mesmo que muito rasteiros, para o ridículo!

Sem comentários:

Enviar um comentário