(Ricardo Martínez, http://www.elmundo.es)
Reconheço sem qualquer dificuldade quão irritante e provocador — e mesmo quão pouco coerente e politicamente inconsequente — tem sido o independentismo catalão; o que o meu colega do lado aqui tem denunciado amiúde e com argumentos maioritariamente justos. Não obstante, e sem prejuízo da frequente falta de jeito de Pedro Sánchez em várias matérias que marcam a atualidade espanhola, há um ponto a ter em conta na sua escolha pela “concórdia” (ou pelo “reencontro”) — citando: “A concórdia é também um valor económico. E a discórdia, partidária ou territorial, é um fardo económico”. O editorialista do “El País” Xavier Vidal-Folch glosa esta manhã o tema, sublinhando que “o paralelismo entre conciliação política e progresso económico não é uma invenção” e recorrendo à validação do “círculo virtuoso da institucionalização paralela” apresentada por Daron Acemoglu e James Robinson (Why Nations Fail: The Origins of Power, Prosperity and Poverty, 2012): “as instituições políticas inclusivas tendem a apoiar as instituições económicas inclusivas”. Um assunto eminentemente complexo, sem dúvida, mas que me parece merecedor de atenção intelectual em geral (remetendo, nomeadamente, para toda a importante questão dos chamados “Estados falhados”, assim como para as múltiplas vertentes da História e dos fundamentos nacionais) e de especial consideração política num país a carecer de modo vital de fórmulas urgentes de desbloqueamento.
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