Terminou a aventura portuguesa no “Euro 2020”. O triunfalismo dos nossos comentadores e responsáveis já há muito o vinha prenunciando e disso mesmo foi exemplo a capa de “A Bola” desta manhã (“Belgas ao Jantar”). Os dispositivos táticos de Fernando Santos também não apontavam para a confiança na vitória que as suas declarações proclamatórias (como a de que é difícil que alguém nos ganhe, coisa que aliás a Alemanha negou) iam insistindo em preparar; porque, independentemente dos nomes escolhidos para o “onze”, o problema é efetivamente o sistema.
O decorrer do jogo mostrou uma Bélgica com mais deficiências do que as que eu antevia e feliz beneficiária do erro de Rui Patrício no golo de Thorgan Hazard, enquanto a equipa nacional teve arreganho suficiente para vencer (azar naquela bola de Rafael Guerreiro ao ferro — perdoe-se-me a chalaça! — ou no cabeceamento de Ruben Dias à figura de Courtois) mas padeceu do dito e costumeiro conservadorismo tático de um Santos incapaz de montar equipas para assumir o jogo (veja-se, por contraponto, a capacidade ofensiva de que fomos capazes no meio de uma anarquia que Santos deixou de controlar à medida que o tempo corria) — e como Deus não pode estar sempre atento às suas preces, desta vez lá calhou que perdêssemos (apenas porque a bola não quis entrar?)!
Ao jeito de balanço, sempre sublinharei ainda que: (i) os jogadores que estiveram ao seu melhor nível, e a merecerem o devido aplauso, foram os centrais Ruben Dias e Pepe e o médio ofensivo Renato Sanches, com Rafael Guerreiro, João Moutinho, Cristiano Ronaldo e João Palhinha a não desmerecerem; (ii) as grandes desilusões, com responsabilidades repartíveis entre a respetiva quebra física e a sua falta de posicionamento adequado no terreno, foram Bruno Fernandes e Bernardo Silva, logo seguidos pelo trio Diogo Jota, André Silva e João Félix; (iii) os outros casos foram relativas irrelevâncias, das situações melindrosas ou ingratas de Rui Patrício, Danilo, Diogo Dalot e Sérgio Oliveira às exibições medíocres dos dispensáveis Nelson Semedo e William Carvalho.
Ah, e a concluir: por um lado, e segundo Luís Afonso, faltaram-nos os cachecóis de Marcelo e Ferro na bancada; por outro, e citando o timoneiro que nos calhou em sorte, resignemo-nos a que “futebol é isto” e sigamos em frente (“há que levantar a cabeça”), pois então! Rezando, rezando muito...
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