O mundo que nos é mais próximo mudou definitivamente. É, de facto, gratificante observar o modo como as questões ditas fraturantes vão ganhando estatuto e consensualidade, pesem embora as reações contrárias que ainda procuram adiar o já inadiável. O caso mais recente chega-nos da Hungria, por via daquela lei inconcebível que pretende proibir qualquer menção à homossexualidade nas escolas — uma lei com que Viktor Orbán estupidamente procura esconder aos jovens a normalidade da existência de diferença e a importância da expressão da identidade e da liberdade individual por parte de cada um. O contraponto positivo chega-nos da Alemanha, onde a seleção local irá defrontar daqui a pouco a húngara em Munique; as autoridades locais não se pouparam a esforços para denunciarem publicamente o facto (via iluminação arco-íris do estádio), mas a resistência da UEFA apenas lhes permitirá uma distribuição mais minimalista de bandeiras LGBTI à entrada. Entretanto, Manuel Neuer já tinha sinalizado o tema na sua braçadeira e os jornais alemães de hoje também se associaram, visível e curiosamente, ao mesmo. The Times They Are A Changin'..., sublinho-o com o devido orgulho civilizacional.
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