O Partido Socialista do Porto prossegue a sua já lendária senda autofágica. Desta vez, e novamente, em torno da candidatura à Câmara Municipal do Porto, após os vários incidentes passados de má memória democrática (para não descer a apreciações em termos de decência e mínimos éticos). Não importarão ao cidadão normal, e não me importam a mim próprio nessa mesma qualidade, as razões e as tricas de múltiplas ordens (quase sempre mesquinhas, mesmo quando os “cromos” já vão estando em vias de extinção) que estarão subjacentes. Importa, isso sim, que se expresse um vivo protesto quanto à incapacidade do maior partido nacional (e presentemente o partido de Governo) em apresentar frontalmente aos portuenses um nome credível e capaz de contribuir para o debate e a ação política na Cidade e na Região (e seus consequentes efeitos no País).
Nesta matéria, onde Eduardo Pinheiro também esteve mal ao não ter sido capaz de avaliar as suas condições pessoais e outras para ter aceitado junto de António Costa liderar a candidatura do PS ao Porto, é improcedente qualquer tentativa de eximir de responsabilidades os órgãos nacionais e o secretário-geral. Sendo que o momento mais exemplarmente falante quanto à evidência do grau zero a que se chegou esteve na entrevista de Eduardo Vítor Rodrigues (vice-presidente da Distrital), esta noite ao Porto Canal. O autarca de Gaia não se fez rogado no fel que escrupulosamente propagou, quer acusando denodadamente sem explicitar exatamente quem e como, quer evidenciando a linha vermelha que foi traçada a José Luis Carneiro, quer colocando uma casca de banana debaixo dos pés de Manuel Pizarro (a “solução institucional”). Querem uma aposta em como Costa vai agora tirar uma coelha da cartola?
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