sábado, 10 de dezembro de 2022

BAI NO BATALHA, MESMO!

Fim de tarde e noite a testemunhar um acontecimento de excecional relevância para qualquer cidadão portuense da velha ou da nova guarda: a reabertura do Cinema Batalha, um icónico monumento da Cidade construído em 1947 por Artur Andrade e que, tendo sido parte da memória cultural e convivencial de várias gerações (no meu caso, relevo em especial as sessões do Cineclube do Porto aos Domingos de manhã), estava fechado há cerca de vinte anos; reabilitado por iniciativa da Câmara Municipal do Porto (após negociação com os herdeiros da família Neves, aos quais curiosamente ainda me ligam laços de proximidade genealógica) e com o engenho de Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez, o novo Batalha ― agora “Batalha Centro de Cinema” ― está belíssimo no seu reconhecido regresso à arquitetura original (que conta adicionalmente com o inesperado adorno dos descobertos frescos de Júlio Pomar) mas também naturalmente mais funcional e melhor preparado para a diversidade de linguagens que o seu diretor (Guilherme Blanc) prometeu e logo começou a concretizar, designadamente com as exibições de “The New Sun” (Agnieszka Polska, 2017) e de “The Day the Earth Stood Still” (Robert Wise, 1951) a inaugurarem um ciclo temático designado “Políticas do Sci-Fi” que se estenderá até 20 de janeiro de 2023 (de sublinhar também a retrospetiva de Claire Denis que abre hoje e se prolongará até final do mês que vem). Recorro com a devida vénia às imagens da revista “Ípsilon” de ontem e da “Visão” de anteontem para daqui saudar a enorme importância cultural, cívica e política deste momento, mais um que ficará a marcar a passagem de Rui Moreira pela Presidência do Município do Porto.


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