Muito justificado o destaque dado pela nossa comunicação à morte de António Mega Ferreira (AMF), acima evidenciado pela capa do “Público”. Alguém que todos vão qualificando pela sua rara capacidade de combinar uma relevante espessura intelectual com uma notável eficácia em termos de realização. Um pensador e um fazedor ― leiam-se os livros e as traduções que produziu, recordem-se as obras e as gestões em que esteve, atente-se no caráter multifacetado da sua presença cívica.
No que me toca, e para além de ter conhecido AMF através de alguma da sua obra, deparei-me com ele por três vezes em termos próximos: no início da década de 90 do século passado quando trocamos umas provocações clubistas a propósito de uns seus escritos em “O Independente” centrados num louvor ao “Vermelho”; poucos anos depois, quando esteve na minha casa do Porto em missão relacionada com os “Estados Gerais” de António Guterres; uma década a seguir, quando nos juntamos em casa de Mário Soares por razões associadas à terceira candidatura deste à Presidência da República. Sempre momentos bons em que, relevadas as diferenças, sobressaiam a finura na atitude e a inteligência na análise.
Mais um dos nossos melhores que desaparece!
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