Dados recém-divulgados pelo INE (“Estatísticas da Globalização: Filiais das Empresas Estrangeiras”) permitem-nos conhecer mais aprofundadamente, através de diversos indicadores relevantes, essa importante realidade do capital estrangeiro em Portugal e respetivo peso. Seleciono aqui uma informação conexamente apresentada sobre a nossa situação comparada a outros países europeus habitualmente considerados mais próximos de nós (no caso, quatro países da Europa Central e Oriental que diretamente disputam connosco lugares em termos de PIB per capita, além daqueles que não muito longinquamente foram designados por PIIGS e que apresentam dimensões aproximadas em relação à portuguesa, ou seja, Grécia e Irlanda). O que se observa de essencial? Abstraindo do special case irlandês (que também nos deve servir para chamar a atenção para a improcedência de comparações entre uma Irlanda anglo-saxónica e com uma adquirida capacidade de atração de multinacionais e os restantes pequenos/médios países europeus), o que releva é sublinhar os efeitos da centralidade europeia e alemã daqueles países do Leste Europeu, que assim coloca a nossa capacidade de captação de investimento externo em manifesta situação de inferioridade ― por muito que as autoridades nacionais e a presidência do AICEP permanentemente nos brindem com recordes sucessivos na matéria. Escusado será salientar conexamente quanto a presença significativa e bem conseguida de entidades estrangeiras competitivas no seio de um tecido empresarial pode funcionar como efeito demonstrador e de arrastamento, com efeitos óbvios sobre a inovação, os índices de produtividade, as remunerações do trabalho e, em última e sintética instância, os níveis relativos de desenvolvimento.
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