Já começa a roçar a demasia ― e, como se sabe e o povo consagrou, o que é demais é moléstia ― essa simplista lógica dos atuais socialistas portugueses no poder segundo a qual para cada problema um pequeno cheque. Uma forma de fazer política que chocantemente contrasta com os princípios básicos da social-democracia ou do socialismo moderno e que, na realidade, é bem mais afim de um assistencialismo de extração democrata-cristã (nas piores versões da cartilha desta família política) ou popular-liberal (na sua expressão mais radical por menos socialmente atenta).
Assim estamos, de facto. E o grande protagonista que é António Costa já nem pretensões revela no sentido de disfarçar o seu muito pessoal modo de estar ao leme, a de um gestor da coisa pública a funcionar pontualmente e à peça, sempre com a avareza possível (Orçamento oblige e os dinheiros comunitários não chegam para tudo!), perante os fogos de múltipla natureza que se lhe vão deparando (aliás, e na mais pura das verdades, agindo bem mais numa lógica de combate ao miserabilismo do que em favor do estímulo à economia); um gestor e não um estratega com visão e rumo, capaz de prever, planear e implementar o que de essencial o País necessita para se ir transformando num sentido desenvolvimentista. Neste quadro, e ao invés das expectativas por alguns agitadas por obra e graça da maioria absoluta (que, diga-se, não aguentará tudo e de qualquer maneira), a maioria dos milhares ou milhões de beneficiários das suas esmolas (ou seja, os pobres de Portugal) talvez não lhe venha a manifestar o reconhecimento subserviente de que se considerará devedor.
Sem comentários:
Enviar um comentário