A seleção portuguesa está nos Quartos-de-Final do Mundial do Catar, após um jogo brilhante em que vulgarizou e goleou os suíços. Embora para tal tenha sido preciso que Cristiano Ronaldo chegasse ao inimaginável ponto de pôr em evidência, de forma estúpida e afrontativa em relação a Fernando Santos (que sempre, e em todas as circunstâncias, o respeitou e protegeu), toda a sua incapacidade de lidar com a passagem do tempo e a consequente entrada em declínio de uma carreira reconhecidamente ímpar! É certo que o desnorte que CR7 atravessa já o tinha levado a rebaixar-se a uma tentativa de apropriação de um golo em que fingiu tocar a bola antes da mesma entrar na baliza (jurando até tê-lo feito), mas ninguém acreditava (veja-se abaixo o estado de espírito ainda dominante na manhã de hoje em relação à submissão de Santos face a Ronaldo) que o selecionador pudesse alguma vez retirar CR7 do onze titular; a realidade é que tudo indica que a provocação deste irritou Santos sobremaneira (ai, se tivéssemos sabido há mais tempo que esta era a chave para desbloquear o nosso apagamento em campo!), impulsionando-o a agir e assim a relegar Cristiano para o banco em nome de uma “opção estratégica” tão abençoada quanto decisiva para a exibição e o desfecho do jogo.
Agora, resta a CR7 levantar a cabeça e olhar pelo resto da sua vida profissional com a racionalidade que necessariamente se lhe exige. Assumindo desde já que o seu lugar na seleção mudou definitivamente ― da estrela que carregava a equipa e resolvia a um jogador cujos recursos e experiência ainda lhe poderão permitir algumas veleidades em termos de utilidade para o coletivo; porque, sem remissão, Cristiano terminará este campeonato no banco de suplentes. Quanto ao que ainda está para vir, estou inteiramente do lado da incapacidade explicativa do meu companheiro deste espaço, pelo que tudo pode acontecer ― sei apenas que o alinhamento apresentado hoje por Santos andará próximo do melhor possível nas presentes condições conjunturais, até porque vi uma das minhas grandes dúvidas (João Félix) a concretizar a melhor prestação a que alguma vez lhe assisti (incluindo até com vindas ao meio-campo defensivo e construção de jogo a partir daí) e já começo a conformar-me com a permanência obrigatória de William Carvalho em detrimento de um Vitinha que talvez coubesse naquele onze. Que saia mais um dia bom no próximo Sábado contra Marrocos!
Sem comentários:
Enviar um comentário