sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

OS NOSSOS BANQUEIROS SÃO UNS ARTISTAS!

 

No mês passado, a maioria dos líderes dos nossos maiores bancos, reunida num fórum do setor, pronunciou-se com uma inusitada arrogância sobre o livro “O Governador” que acabava de ser apresentado por Luís Rosa (com o assentimento de Carlos Costa e sob a fúria de António Costa). Com efeito, assim vieram declarar que não leram nem iriam ler uma obra que, em todo e qualquer caso, sempre lhes deveria importar ao tratar factual e tecnicamente de problemáticas em que estiveram envolvidos diretamente ou através das respetivas instituições e que indiscutivelmente a estas dizem respeito.

 

Pois é esta mesma gente que tanto proclama o seu desprezo pela política que vai exibindo de forma escandalosa a sua efetiva vocação política, só que desta vez a política nua e crua que influencia a vida das pessoas. Ou seja, e tomando por base os gráficos abaixo, veja-se como os bancos daqueles senhores atuam em termos do respetivo “deve e haver”, numa lógica bem sinalizadora de inqualificável ganância: que diferença entre o zelo evidenciado na atualização das taxas de juro cobradas sobre os créditos à habitação (a maior subida europeia no corrente ano) e a lenta atualização das taxas de juro passivas a pagar aos depositantes (quatro vezes menores do que a média da Zona Euro)!

 

Será que a política que releva é só aquela que cada homem quer, sobretudo porque decide ao serviço da sua conta de resultados e sem outras preocupações de enquadramento?



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