Uma frente de trabalho bem dura que se vai
reforçar praticamente até ao Natal e uns dias em Seixas com amigos para
retemperar forças explicam as ausências destes dias.
Verdade seja dita e confirmada que a oeste nada de
novo, pelo menos que justificasse o abandono da cavaqueira entre amigos para assumir
o computador por uns momentos e puxar a inspiração.
A título lúdico, há apenas que assinalar a invasão
pacífica de uma multidão imensa de galegos que tomou praticamente de assalto os
centros urbanos transfronteiriços do Alto Minho, com alto relevo para o sortilégio
da feira de Vila Nova de Cerveira, fervilhante, intensa, cada vez mais com
produtos que também começam a ser vistos em algumas lojas da região, numa
competição estranha e nem sempre justa.
O fenómeno deste tipo de feiras, claramente lúdico-comerciais,
não o sei explicar cabalmente, mas tem algo de regresso ao espaço mais
tradicional da feira - romaria de outros tempos, embora com outras tipologias
de produtos e de vendedores.
E, nestes contextos, os galegos marcam o ritmo, explorando
como ninguém os tempos disponíveis do calendário e contornando aparentemente o
grande sarilho em que o espectro político espanhol está lentamente a mergulhar,
com o PP de Rajoy em descida abrupta apesar da recuperação do mercado de
trabalho mas fortemente acossado pelos casos de corrupção que medram como
plantas em terreno fértil, um PODEMOS a começar a confrontar-se com a dura
realidade das expectativas da governação e a perder gás nas sondagens e um PSOE
que apesar de estar na liderança nem sequer ainda chega aos 30%.
Por cá, os 90 anos de Soares confirmam o seu
papel central na história democrática portuguesa, qualquer que seja o nosso
posicionamento em relação à personalidade, conglomerando os mais díspares
posicionamentos políticos na sociedade portuguesa, juntando extremos.
Alberto João Jardim atira-se à liderança atual do
PSD e escolhe o mote da destruição da classe média e pontaria não lhe falta,
numa tomada de posição que toca surpreendentemente as teses de Pacheco Pereira
sobre tal destruição, teses que gostaria de ver trabalhadas pelo PS de Costa.
Os tempos estão confusos e perturbadores para
quem procura referenciais de ideias em pessoas também de referência e, à esquerda,
as interrogações das futuras presidenciais, com regressos ao passado e à água
que já não passa nas mesmas pontes que demonstram apenas o esvaziamento do
espaço político de personalidades que possam assumir.
Bem precisamos de reganhar forças para navegar em
tempos tão incertos.
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