Sou amigo há quarenta anos e gosto muito do Alberto Castro (AC), aquele professor de Economia e Gestão da Universidade Católica do Porto que dizem que agora vai ser chairman do chamado “Banco de Fomento” (IFD, ao que parece) por nomeação governamental. Só posso, e quero, desejar-lhe o melhor, ainda que estranhe uma decisão de envolvimento com esta carga e visibilidade política em fim de carreira (as carreiras têm fim?) e após várias negativas que teriam sido, a meu ver, mais conformes, mais atempadas e mais coerentes.
Dito isto, há mais coisas. Uma é o registo da descoberta pelo presente poder dos economistas-líderes da Católica cá de cima numa disputa de presidências não executivas de instituições financeiras públicas que não pode deixar de surpreender os mais distantes e de merecer apoio por parte dos mais próximos (com o governador do Banco de Portugal na primeira linha dos aplausos). Outra é que ainda não percebi ao certo para que é que vai servir essencialmente esta nova instituição e como vai ela dividir águas com a Caixa Geral de Depósitos – haverá já no seu lançamento algum tipo de preliminar para a privatização desta? Outra ainda é que as expectativas que publicamente e junto dos agentes económicos foram sendo depositadas na IFD colocaram a fasquia num nível de tal modo elevado que em nada facilita o bom cumprimento da tarefa de AC e seus pares. Por último, e quanto a estes e designadamente aos que terão funções executivas, confesso não conhecer Maria João Nunes mas o mesmo já não acontece com os três restantes (José Fernando Figueiredo, Elísio Brandão e Ricardo Luz) nem com a não executiva, que rapidamente se apresentará como executora, Estela Barbot – quem andou pela FEP e tem andado pelo mundo empresarial português formulará o seu próprio juízo, sendo que o único verdadeiramente relevante só virá com a abertura dos melões e a sua prova de qualidade...
Sem comentários:
Enviar um comentário