quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

MAPAS MUITO MISTERIOSOS


Definitivamente, a minha sensibilidade não faz aquela faísca impactante e arrasadora com a do realizador canadiano David Cronenberg. Um autor a quem não tenho qualquer pejo em reconhecer a qualidade de mestre do cinema e de um dos seus gigantes da atualidade, mas que vai quase sempre para lá do que me toca – e eu até nem sou propriamente um básico, um extrovertido, um otimista, um crente ou um casto.

Das obras que lhe conheço, retenho sobretudo excertos e momentos inesquecíveis, embora alguns dominantemente marcados pelos excessos/extremos a que Cronenberg sempre tende a chegar. Como em “A Mosca”, Crash” ou “Spider”. Ou ainda naquela insólita e explosiva curta-metragem que concebeu no quadro dos 60 anos de Cannes (“No Suicídio do Último Judeu do Mundo no Último Cinema do Mundo”).

Mais recentemente, tínhamos tido os comportamentos desviantes e as práticas perversas do capitalismo financeiro oportunamente tratados em “Cosmopolis” há dois anos atrás. E agora veio este “Mapas para as Estrelas”, onde os fantasmas de Cronenberg voltam a andar inquietantemente à solta e não obstante os aspetos fascinantes do filme, entre técnicos e outros em que à assombrosa Julianne Moore tem de ser atribuída a pole position...

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