quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

FELIZ NATAL



“Como a própria definição o diz, o vazio é um lugar onde não existe nada, mas no interior do qual se espera que venha a acontecer tudo. Não admira, pois, que o vazio, cansado da monotonia abissal de não possuir coisa alguma dentre de si, um tenha chamado o órgão. E o órgão veio, com seus quatro mil tubos de metal e suas quatro fileiras de teclas, e ficou a dançar no vazio, oscilando de um lado para o outro.
Só que (…)”
Início de “O Organista” de Lídia Jorge
Num fim de manhã descontraído para as últimas compras, sempre agradável num consumidor inveterado, para um café no conforto do Guarani, li de um só fôlego a preciosidade minúscula de O Organista de Lídia Jorge, em edição bilingue da D.Quixote. A associação entre a alegoria de criação do mundo e o Natal é simples fruto da circunstância aleatória da digressão rápida e acidental pelas mesas de exposição da Leitura, agora Bulhosa, sem a chama da livraria anterior, mas mesmo assim uma livraria que sempre se visita.
O Natal, mesmo sendo eu um consumidor consumista e por isso seduzido pelo material, põe-me sentimental.
Apenas uma oportunidade singela para dedicar a todos os leitores fiéis, acidentais e circunstanciais deste blogue, para desejar um Feliz Natal a todos, desejavelmente com famílias alargadas. Filho único por acidente, nem sempre é possível reunir a família alargada nas circunstâncias desta vida de hoje. O neto Francisco está com a família Teigão no Algarve com o pai Rui e a mãe Inês sempre dispostos a uma ligação de Skype ou de Face Time agora que fazemos parte da comunidade Apple. A neta Margaridinha está com as viroses de infantário e espero que se aguente para a consoada. Mas as famílias alargadas sempre me fascinaram.
Feliz Natal a todos e especialmente um grande abraço de aconchego natalício ao meu colega de blogue, Zé Freire e à Elisa e família.

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