“Como a própria definição o diz, o vazio é
um lugar onde não existe nada, mas no interior do qual se espera que venha a
acontecer tudo. Não admira, pois, que o vazio, cansado da monotonia abissal de
não possuir coisa alguma dentre de si, um tenha chamado o órgão. E o órgão veio,
com seus quatro mil tubos de metal e suas quatro fileiras de teclas, e ficou a
dançar no vazio, oscilando de um lado para o outro.
Só que (…)”
Início de “O Organista” de Lídia Jorge
Num fim de manhã descontraído para as últimas
compras, sempre agradável num consumidor inveterado, para um café no conforto
do Guarani, li de um só fôlego a preciosidade minúscula de O
Organista de Lídia Jorge, em edição bilingue da D.Quixote. A associação
entre a alegoria de criação do mundo e o Natal é simples fruto da circunstância
aleatória da digressão rápida e acidental pelas mesas de exposição da Leitura,
agora Bulhosa, sem a chama da livraria anterior, mas mesmo assim uma livraria
que sempre se visita.
O Natal, mesmo sendo eu um consumidor consumista
e por isso seduzido pelo material, põe-me sentimental.
Apenas uma oportunidade singela para dedicar a
todos os leitores fiéis, acidentais e circunstanciais deste blogue, para
desejar um Feliz Natal a todos, desejavelmente com famílias alargadas. Filho único
por acidente, nem sempre é possível reunir a família alargada nas circunstâncias
desta vida de hoje. O neto Francisco está com a família Teigão no Algarve com o
pai Rui e a mãe Inês sempre dispostos a uma ligação de Skype ou de Face Time
agora que fazemos parte da comunidade Apple. A neta Margaridinha está com as
viroses de infantário e espero que se aguente para a consoada. Mas as famílias
alargadas sempre me fascinaram.
Feliz Natal a todos e especialmente um grande
abraço de aconchego natalício ao meu colega de blogue, Zé Freire e à Elisa e
família.
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