domingo, 14 de dezembro de 2014

GUNS FOREVER?


Já transcorreram dois anos sobre aquele que foi o segundo tiroteio mais mortífero numa instituição educacional da história dos Estados Unidos da América, ocorrido numa pequena cidade de Connecticut onde um jovem mentalmente perturbado matou a mãe enquanto esta dormia e seguiu para a escola primária que frequentara e aí assassinou vinte crianças e seis adultos. A frequência das tragédias, a improcedência de toda uma sucessão de denúncias nacionais e internacionais, a tentativa presidencial fracassada de restringir/proibir o acesso a armas por parte de pessoas que podem causar danos – que Obama já veio referir como a sua “maior decepção como presidente” – e o aumento do número de cidadãos defensores da liberdade individual de utilização de armas não podem continuar a ser honestamente encarados pelos lados ultra-mecânicos do “abaixo o imperialismo ianque”, dos atrasos/limitações da chamada “América profunda” ou similares. O problema é seguramente mais complexo e, embora tenha no seu cerne o poder do money e seus mecanismos (com a força do lóbi a funcionar como agente claramente secundário), exige para uma devida compreensão a convocação de múltiplas outras dimensões – designadamente, históricas, antropológicas, sociológicas, culturais, psicológicas e educacionais – e um diálogo muito fecundo entre elas; porque, ao contrário do que nos pretendem convencer os vendedores de banha da cobra, o ser humano e as comunidades por ele formadas relevam de quase tudo menos da simplicidade...

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