(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)
Foi publicamente noticiado que António Costa convidou um grupo de onze economistas para o aconselharem em termos de programa económico, designadamente estudando em profundidade alguns dos principais tópicos – cenário macroeconómico à cabeça – que enformarão a proposta eleitoral do PS anunciada lá mais para a Primavera do próximo ano. Por isso, e não querendo parecer impertinente, também não gostaria de deixar de lhes sugerir vivamente a consideração em moldes devidamente articulados de três decisivas matérias cujos contornos as caixas abaixo sucessivamente ajudam a ilustrar:
(i) as condicionantes do dito quadro macro da economia portuguesa (tal como acabam de ser apresentadas pela Comissão Europeia no “Alert Mechanism Report 2015” em cumprimento do procedimento europeu de prevenção e correção dos desequilíbrios macroeconómicos);
(ii) as condicionantes e os graus de liberdade associados à medida do saldo estrutural enquanto elemento determinante de avaliação das políticas orçamentais no âmbito das exigências do chamado “Tratado Orçamental” (tal como têm vindo a ser, pelo que podem ser, diferentemente interpretadas por diferentes instituições nacionais e internacionais);
(iii) as possíveis prioridades e pistas de ação de um desejável “contrato social para a Europa” dirigido ao utópico (?) relançamento da convergência entre os países europeus (tal como acabam de ser apresentadas num trabalho do comissariado geral francês para a estratégia e a prospetiva, “France Stratégie”).
Convenhamos que, mesmo aceitando a cautelosa embora duvidosa remissão do tratamento da dívida externa para as segundas núpcias que implicitamente Costa tem vindo a preconizar, a tarefa encomendada aos economistas é quase tão ciclópica como a da construção e posterior execução de uma estratégia política que ajude a evitar o naufrágio que paira em crescendo sobre Portugal!
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