Aqui volto a dar o meu modestíssimo contributo para o crescimento das audiências do “Porto Canal”. Esta semana, o homem que profissionalmente se propõe revitalizar o nosso dinheiro veio falar-nos de educação e de rankings na sua cirurgicamente focada conversa do “Jornal Diário” daquela estação televisiva. Terminou em êxtase – “Queremos melhorar a qualidade do ensino? Imitemos a Igreja Católica!” – mas já previamente asneirara sobre o caráter decisivo da contraposição de um sistema de ensino católico a um sistema de ensino protestante (como de outras do mesmo teor, sejam elas as de uma justiça católica versus protestante ou de um sistema político católico versus protestante), denunciara corajosamente “essa cultura que vem lá da Alemanha e do norte da Europa em geral” (coitadinhos dos alemães!), valorizara a autoridade (contra a bandalheira dos professores sindicalizados e presentes em manifestações de protesto), explicara que o segundo lugar do laico Colégio Moderno se devia a uma imitação da cultura e tradição católica e até retivera a sintomática referência religiosa e feminina presente nos nomes das escolas primeiro classificadas (Escravas, Santa Maria, Nossas Senhoras da Paz ou do Rosário).
Mas o momento mais alto de Arroja esteve naquela referência a um filho que ternurentamente o tratou por “padreca”, dizendo: “Eu não fico ofendido compararem-me a um padre. Porque o padre da nossa cultura católica é, em primeiro lugar, um homem viril. O padre da nossa cultura católica é o símbolo da virilidade. Está permanentemente em estado de virilidade, precisamente porque não pode concretizar. E, portanto, cheio de energia, cheio de desejo de concretizar, de fazer coisas, o que não é o caso na cultura protestante em que não há padres sujeitos à disciplina do catolicismo. Eu felizmente tive a graça de poder concretizar – o meu filho é a prova disso! – e ao mesmo tempo, aos olhos dele, a manter-me parecido com um padre, o que significa manter-me um homem viril, no sentido de enérgico, pronto para defender as ideias e os princípios em que acredito.” É ver para crer!!!
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