(Não é para embandeirar
em arco, como o disse o PSD, mas o inesperado ritmo de crescimento económico observado
no 3º trimestre de 2016, com forte contributo das exportações, é música para os ouvidos do Governo e
particularmente para todos os supervisores da criatividade política em Portugal…)
Optei na
imagem inicial deste post pelo destaque do Financial Times já que isso significa
que Portugal foi notícia, hoje, na imprensa económica mundial, não por subidas
de taxas, receio de investidores ou mercados internacionais ou por uma qualquer
zurrapa verbal do ministro Schäuble. O crescimento de 0,8% do PIB relativamente ao trimestre anterior e de 1,6% relativamente ao trimestre homólogo de 2015 não
é propriamente um El Dorado do crescimento económico, mas tem significado num
trimestre em que a economia europeia continuou às aranhas. E, o que é mais
importante, vem finalmente dar algum sentido e explicação à história do
crescimento do emprego e diminuição sustentada da taxa de desemprego, que o
Governo habilmente colocou no centro da comunicação dos resultados económicos
da governação. E ainda mais importante é que o contributo relevante da procura
externa líquida (exportações menos importações de bens e serviços) aconteceu
com um melhor desempenho da procura interna do que o observado no trimestre
anterior. Quer isto dizer que a reposição de rendimentos animou a procura interna,
mas não impediu que fosse a procura externa líquida a justificar o inesperado ritmo
de crescimento económico observado.
Um trimestre
é o que é, mas ventos mais favoráveis são expectáveis para 2017, sobretudo se o
último trimestre não defraudar as expectativas agora formadas com este resultado.
Estou curioso
quanto ao aprofundamento destes dados, sobretudo do ponto de vista do que terá
sido o comportamento da formação bruta de capital fixo privada neste trimestre.
De qualquer modo, Centeno deve ter abençoado estes dados, não apenas pelo que
eles podem significar para medir o desempenho macroeconómico desta governação,
mas sobretudo pelo que lhe permitiram em matéria de chutar para canto o massacre
dos jornalistas quanto ao problema da Caixa Geral de Depósitos.
E, benefício
colateral, estes dados tenderão a impressionar o olhar crítico de Bruxelas e a
convidar, pelo menos por enquanto, a meterem a violinha da má vontade no saco.
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