Passa hoje um ano sobre o início formal de uma inédita solução governativa que já vai sendo afetuosamente designada de “geringonça” (o acintoso desagrado do padrinho Paulo Portas nunca faria prever que uma tal inversão de leituras pudesse ocorrer). Dois são os protagonistas mais visíveis da operacionalidade efetiva da referida solução: a perspicácia negocial e política de António Costa e a inteligência e eficácia de Marcelo Rebelo de Sousa. Outros são os importantes atores secundários (na perspetiva cinematográfica de actor in a supporting role): o PCP de Jerónimo de Sousa (um político que já tornou inapagável a sua marca), o Bloco de Catarina Martins (um grupo notável de jovens enérgicos e bem preparados orquestrados por Francisco Louçã e outras experientes e sabedoras raposas) e o enxofrado Passos (tanto mais coadjuvante quanto mais deixa vir ao de cima a frustração que lhe vai na alma e nos fígados). Depois, há ainda os jovens do PS (especialmente, Pedro Nuno Santos e João Galamba), a inoperante orfandade do CDS e as Finanças em todas as suas declinações. Abaixo, uma seleção possível do ano assim transcorrido num país mais distendido e algo mais confiante – sem prejuízo das perigosas areias movediças que ainda está e estará a pisar...
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