(Continuando no registo
de como o universo New Yorker foi particularmente abalado pela vitória de
Trump, mas a história não
acabou)
A capa da New Yorker que sairá no início da próxima semana simboliza bem o que a invasão do
conservadorismo republicano pode representar e que tem na eleição de Trump uma
grande oportunidade para cobrir a América do que de mais rançoso existe em matéria
de ideias para governar as sociedades.
A imagem do
muro é brutal, não apenas porque lembra os muros que o candidato se propôs construir,
mesmo que possamos duvidar da sua exequibilidade, mas também pelo que
representa de bloqueio às aspirações de tolerância, de redistribuição, de
proteção social, de dignidade humana.
Dizia ontem
Pacheco Pereira que simpatiza com os votos de mudança, sim mas quem os não
aprecia, como fator de resiliência dinâmica da democracia? O paradoxo é que a reivindicação
dessa mudança foi reduzido a um voto instrumental, e o mais trágico disto tudo é
que muito provavelmente serão alguns dos que votaram instrumentalmente pela
mudança que vão sofrer na pele o avanço inexorável do conservadorismo
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