domingo, 6 de novembro de 2016

EM DEFESA DA NORMALIDADE


Perante as figas que a “The Economist” desta semana chamou a capa, fica praticamente tudo dito quanto aos riscos associados ao tema do momento: a eventualidade de Donald Trump chegar à presidência dos Estados Unidos da América. As demais considerações produzidas pela revista britânica tornam-se secundárias e são, por vezes, até discutíveis e autojustificativas – seleciono três apontamentos: (i) “O nosso voto, portanto, vai para Hillary Clinton. Aqueles que a rejeitam simplesmente porque ela é uma Clinton, e porque detestam a máquina Clinton, não estão a prestar atenção à depravação da alternativa. Uma vez que tal não significa, por si só, muito em termos de um apoio, nós vamos mais longe. A senhora Clinton é um candidato melhor do que parece e mais adequado do que os seus críticos admitirão para lidar com o terrível e rompido estado da política de Washington. Ela merece também que prevaleçam os seus próprios méritos.”; (ii) “Como o senhor Trump, Hillary tem ideias com que discordamos. O seu plano de impostos é incomodativo. A sua oposição ao acordo comercial com a Ásia que chegou a patrocinar é dececionante. A escala destes defeitos mede-se, contudo, em pequenos acréscimos por comparação com as propostas do senhor Trump. Em muitas outras questões, as suas políticas são as do centro pragmático do Partido Democrata. Ela quer prender menos criminosos não violentos, expandir a oferta de educação infantil e Introduzir folgas parentais pagas. Ela quer prosseguir os esforços de Barack Obama para desacelerar o aquecimento global. Na Grã-Bretanha, a sua casa ideológica seria o mainstream do Partido Conservador; na Alemanha, ela seria uma democrata-cristã.”; (iii) “O nosso voto vai, portanto, para Hillary Clinton e o seu partido. Em parte, porque ela não é o senhor Trump, mas também na esperança de que ela possa mostrar que a política normal funciona para pessoas normais – o tipo de renovação que a democracia americana requer.” Faltam dois dias...

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