quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

AMANHÃ A FALAR SOBRE O TEJO, À BEIRA TEJO




(Alguém bem intencionado quis convidar-me para falar no III Congresso do Tejo e assim o farei amanhã na mítica Gare Marítima da Rocha de Conde de Óbidos, entre as 14,30 e as 16.00. Reflexões da economia e do território e do planeamento… )

O III Congresso do Tejo parece coisa grande, pelo programa que é possível consultar no sítio WEB do mesmo (ver link aqui), que demorou a tomar forma e perante o largo desconhecimento da comunicação social. O evento pelo que pude apurar esteve para realizar-se em novembro do ano passado e aparece agora. Estou longe de ser um conhecedor do Tejo, para além do que sempre considerei uma maravilha do mundo, o Mar da Palha, com o desconto óbvio de que quem o diz de viajante cosmopolita tem muito pouco e já não há tempo para o corrigir. Estaria a ser reacionário, à moda do Porto, se dissesse que de Lisboa apenas um dos lados da segunda circular (o meu SLB) e Alcântara (terra onde vivem filho e netos). Por isso, amanhã, apresentarei reflexões de um visitante acidental, alicerçadas em matérias da economia, do território, do planeamento e da coordenação (e dos recursos existentes para a mesma).

Parece-me mais simples tentar aqui reproduzir a apresentação e aqui vai ela.

Estrutura

Ao que venho :

  • Propor-vos uma perspetiva não estritamente económica
  • Mas antes uma perspetiva da economia do desenvolvimento que integra o território e as questões institucionais … e as questões patrimoniais e culturais que o Tejo agrupa
  • Três tópicos individualizáveis mas que convergem para uma lógica comum de reflexão e mensagem.

AS VIRTUALIDADES DO TEJO COMO UNIDADE DE PLANEAMENTO

  • O desenvolvimento territorial inclusivo
  • Como se constrói?
  • Analogia com o desenvolvimento (social) inclusivo
  • Duas lógicas possíveis
  • Desenvolvimento inclusivo= Crescimento + Regulação social
  • Desenvolvimento inclusivo = Conteúdo em emprego e qualificações do crescimento não neutral.

AS VIRTUALIDADES DO TEJO COMO UNIDADE DE PLANEAMENTO (2)

  • Desenvolvimento territorial inclusivo = Crescimento + regulação dos seus efeitos no território
  • Desenvolvimento territorial inclusivo = modelos de desenvolvimento e planeamento territorial com capacidade de integração da diversidade alargada de recursos
  • Bacias hidrográficas – unidades territoriais inclusivas
  • Mais uma lógica de planeamento setorial? Não!
  • O planeamento administrativista separa, secciona, segmenta.

AS VIRTUALIDADES DO TEJO COMO UNIDADE DE PLANEAMENTO (2)

  • O Tejo e a Cidade alargada: as “frentes” e as “costas”
  • De corredor abandonado ao estatuto de cenário e de corredor ecológico fundamental, fator de preservação/valorização de património e cultura
  • A descoberta descontinuada no tempo da centralidade.

AS VIRTUALIDADES DO TEJO COMO UNIDADE DE PLANEAMENTO (3)

  • O planeamento territorial inclusivo integra, interpela a coordenação e exige governança criativa
  • De montante a jusante
  • Na diversidade de usos e relacionamentos que o Rio permite
  • “Wishful thinking”?
  • Os ventos não são favoráveis à governação em geometria (territorial) variável!
  • Razões

AS VIRTUALIDADES DO TEJO COMO UNIDADE DE PLANEAMENTO (3)

  • O vazio (residual) entre os PDM e o PROT-AML (aprendizagem ainda em curso em matéria de PROT)
  • O Tejo como “limite, franja e periferia” versus
  • O Tejo como recurso central de estratégias de desenvolvimento mais amplas
  • O Tejo como planeamento e governança e as conhecidas dificuldades desta abordagem para a cultura e lógica de planeamento prevalecente
  • O que tem a revisão do PNPOT a dizer sobre isto? 

O TEJO COMO RECURSO VALORIZÁVEL EM ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

  • A ideia ambiental e física de recurso – dimensão cultural e histórica
  •  “Os recursos são a parte do ambiente que, num dado momento, uma sociedade utiliza com a ajuda das técnicas de que dispõe, para produzir bens e serviços que consome ou que exporta para permitir a aquisição de outros” (Ignacy Sachs)
  • Ir além deste entendimento: dimensões físicas e materiais + dimensão imaterial – conhecimento, talentos organizativos, competências …

O TEJO COMO RECURSO VALORIZÁVEL EM ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO (2)

  • Numa lógica de desenvolvimento não há recursos isolados …
  • Mas antes combinatórias …
  • Capacidade de conceber e concretizar tais combinatórias
  • Tejo: a aplicação do princípio
  • Dos recursos aos ativos
  • Capacidade de gerar valor (de mercado ou social), singularidade, inimitabilidade, organização, sempre a organização.

COMPORTAMENTOS/ESTRATÉGIAS EXTRA TIVOS/DESTRUTIVOS VERSUS REGENERATIVOS/INCLUSIVOS

  • (2012) – WHY NATIONS FAIL? Acemoglu e Robinson
  • INSTITUIÇÕES: conjuntos de regras e normas que condicionam os comportamentos económicos dos agentes
  •  Instituições extrativas versus instituições inclusivas
  • Extensão por analogia
  • Comportamentos extrativos-destrutivos versus comportamentos inclusivos-regenerativos
  •  O Tejo como espaço de tensão entre estes dois tipos de estratégias/comportamentos
  • Os primeiros destroem património e cultura; os segundos valorizam-nos.

COMPORTAMENTOS/ESTRATÉGIAS INCLUSIVOS / REGENERATIVOS

  • Monitorização da capacidade de regeneração
  • Estratégias colaborativas e solidariedade montante-jusante
  • Valor económico do recurso ambientalmente regenerável
  • A cultura de utilização do recurso: pode o preço de utilização refletir o valor social do mesmo? Ou a intervenção pública é necessária?
  • As estratégias inclusivas/regenerativas procuram soluções e mitigam riscos.

IDEIAS-FORÇA

  • Potencial de abordagem de planeamento territorialmente inclusivo e solidário entre territórios com nível de desenvolvimento e projeção internacional desiguais
  • Modelo de governação que promova a coordenação/integração e não a segmentação
  • Combinatórias necessárias para a transição recurso-ativo de desenvolvimento
  • Tensão extração /regeneração: a intervenção pública.

Sem comentários:

Enviar um comentário