quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

SUMO DE LARANJA

(a partir de Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

Enquanto a comunicação social se entretém com uma non entity política como é Elina Fraga – mais um produto oportunista e inconsequente que ficamos a dever ao rasgo do ex-bastonário Marinho e Pinto – e enquanto Rui Rio vai dando os seus expectáveis primeiros passos na liderança do PSD, designadamente com uma visita ao primeiro-ministro em São Bento (que poucos acreditam poder ser reduzida a um cordial cumprimento de calendário), o partido laranja procura ajustar-se à mudança ocorrida e os seus barões e outros protagonistas procuram digeri-la escolhendo os posicionamentos que mais lhes convêm na perspetiva das respetivas ambições de futuro a médio prazo.

(a partir de Fernão Campos, http://ositiodosdesenhos.blogspot.pt)

Deste ponto de vista, é óbvio que o sinal mais saliente saído do Congresso foi o que veio de um Luís Montenegro que, com a clareza diferenciadora do seu discurso e de uma corajosa tomada de iniciativa, arrumou literalmente com os seus inúmeros e potenciais rivais a disputas próximas (a maioria dos quais, diga-se, demasiado fracos e impreparados para poderem ser levados a sério). A seu lado nos tempos mais próximos, irão certamente esforçar-se por estar dois deputados que se tornaram as caras mais visíveis da oposição a Rio na Assembleia, o ex-líder parlamentar Hugo Soares (cujo desempenho revelou quão carente de traquejo ainda se encontra) e o truculento Carlos Abreu Amorim.

(a partir de Fernão Campos, http://ositiodosdesenhos.blogspot.pt e André Carrilho, http://www.dn.pt)

Depois, e a dispor de alguma margem própria de manobra, ficarão também os alegados “intelectuais cosmopolitas” do partido. Paulo Rangel, embora com a desvantagem de uma presença nos órgãos diretivos, continuará eurodeputado e em permanente exibição no espaço público. Poiares Maduro, sempre inquieto desde que abandonou uma estranhamente medíocre prestação governativa, não deixará de andar por aí pronto para corresponder ao que der e vier. Carlos Moedas, apesar de limitado politicamente pela função de comissário europeu que desempenha, já tem mostrado que não desperdiça nunca as oportunidades de por cá vir passando em missão de boas novas aos compatriotas e de lifting da imagem pessoal.

(a partir de Fernão Campos, http://ositiodosdesenhos.blogspot.pt)

Por fim, e num diferente comprimento de onda, será ainda curiosa – e provavelmente não muito mais do que isso – a observação dos percursos que irão ostentar um Passos ainda não convencido da sua morte política, um Marco António que não tardará a esbracejar para voltar à ribalta e um Relvas que idem. Mas é duvidoso que deste trio possa sair qualquer coisa que surpreenda pela positiva ou, mesmo, que algum jeito possa ter.

Sem comentários:

Enviar um comentário