Encerra hoje a reputadíssima Feira Internacional de Arte Contemporânea de Madrid, vulgarmente conhecida pela sigla “Arco”. A edição deste ano, dedicada à exploração do futuro como tema principal, ficou marcada por uma polémica de algum significado, a saber: o artista madrileno Santiago Sierra propunha-se levar ao stand da Galeria Helga de Alvear uma instalação composta por 24 fotografias pixelizadas de “presos políticos” associados ao processo do independentismo catalão (nelas se incluindo retratos dos líderes Oriol Junqueras e Jordi Sànchez); o que chegou a acontecer durante poucas horas, após o que “Presos Políticos em la España Contemporánea” (à venda por 80 mil euros) desapareceu das paredes daquela galeria. Soube-se, entretanto, que foi a organização da feira (o Ifema) que solicitou a retirada da obra – premiada na Bienal de Veneza com o Prémio Nacional de Artes Plásticas – “por causa do conflito político que podia causar” para “tentar afastar os discursos que desviam a atenção do conjunto da feira”. A situação política em Espanha está, de facto, a confundir-se cada vez mais com uma bizarra manifestação de arte abstrata!
(Idígoras y Pachi, http://www.elmundo.es)
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