Um breve apontamento de aplauso ao Centro Nacional de Inteligencia espanhol pela sua decifragem do conteúdo das cartas encriptadas trocadas entre o rei Fernando, O Católico e Gonzalo Fernández de Córdoba (El Gran Capitán), cartas essas que usavam um código secreto com mais de 200 símbolos. Nesse início do século XVI, “uma época de intrigas e alianças visando conseguir o domínio do Mediterrâneo”, foi necessário criar uma linguagem capaz de fazer esconder do inimigo as missivas que então traduziam um intercâmbio determinante de informações e orientações e que demoravam quinze dias a chegar de Valladolid ou Burgos ao Reino de Nápoles (onde aquele célebre militar comandava a luta contra os franceses). Diz o “ABC” que este dado novo “permitirá rever factos fundamentais da História de Espanha” – não estou certo de que tal afirmação não constitua um exagero face ao sólido conhecimento já adquirido e consolidado quanto ao Império Espanhol, mas ela não deixa também de ter a sua razão de ser pelo que lhe subjaz de revelador quanto à importância de um permanente aprofundamento do conhecimento do passado para uma acrescida consciencialização identitária e coletiva dos habitantes do presente. Neste quadro, é com alguma graça que um dos vinhetistas daquele jornal vem parodiar em torno do que poderão ser as descodificações dos nossos descendentes daqui a mais cinco séculos...
(José María Nieto, http://www.abc.es)
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