sexta-feira, 24 de agosto de 2018

AINDA O THE BOOK OF WHY



(Aprendi a não confundir na minha formação em economia entre correlação e causalidade. Mas até ao momento não tinha lido nada simultaneamente mais estimulante e consistente sobre a natureza fundamental dessa distinção. A leitura do The Book of Why de Judea Pearl e Dana Mackunsie prossegue e cada página é uma descoberta.)

O trabalho profissional está um pouco morno, fruto do tempo, pelo que tem havido tempo para desbravar o já aqui anunciado The Book of Why.

Para além da história da formação das ideias de causalidade e de correlação, com referências surpreendentes a Galton, Pearson, Sewall Wright que ajudam a compreender a resistência da ciência a ir além da ideia de correlação, deixo-vos hoje com um dos parágrafos mais profundos que li sobre a matéria:

Ao contrário do que se passa com a correlação e a maioria das outras ferramentas da estatística de mainstream, a análise causal requer que o utilizador tem de assumir um compromisso subjetivo. Exige que se conceba um diagrama causal que reflita as suas convicções qualitativas – ou, melhor ainda, a convicção consensual dos investigadores nesse domínio de expertise – acerca da topologia dos processos causais em questão. Tem de abandonar o velho dogma de séculos da objetividade a bem da própria objetividade. No que diz respeito à causalidade, um grão de sábia subjetividade diz-nos mais sobre o mundo real do que qualquer montante de objetividade”.

Sim, a ideia de que está tudo nos dados, little ou big, em termos de explicação é uma grande treta.

Um desabafo final: como seria melhor a economia teórica de hoje se seguisse este simples princípio.

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