Foi apenas curioso assistir ao embate do Bloco com a dura e terrível realidade da vida coletiva organizada que nos envolve e condiciona. Porque, e não obstante os moralismos e os paternalismos (não sei o que é pior!) que pulularam na imprensa e na política e tanto contribuíram para a contaminação da opinião pública, aquilo que o caso Robles revelou nada mais foi de essencial do que a crescente clareza de uma linha de separação entre a legitimidade individual das opções racionais de cada um perante a sua circunstância e as inalienáveis escolhas societais que naturalmente se impõem a cada cidadão. Diria ainda que, sem com isso pretender minimamente escamotear os danos potencialmente associados à exploração demagógica de episódios deste tipo, o que também pode resultar do caso em apreço é o facto de o Bloco talvez assim ter dado mais um passo firme no sentido da maturação das condições necessárias ao processo em curso da sua definitiva aproximação ao exercício do poder.
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