(Jornal Expresso)
(A entrevista de Manuel Sobrinho Simões à revista do
Expresso é uma inspiração, de múltipla utilização. Para os que como eu preparam
o melhor possível a sua “descida” da vida, para a defesa do sistema público de
saúde, para quem valoriza a ciência sem a mistificar, para os que pretendem
entender o que os rodeia. Resistir nestes termos a um AVC é uma dádiva.)
Só há bem
pouco tempo tive conhecimento que o Manuel Sobrinho Simões passara pela privação
de um AVC, não tendo qualquer informação sobre o contexto do acidente vascular,
as suas sequelas e efeitos sobre a vida de quem se recusa aceitar a reforma
como um fim de linha.
Por isso,
nesse contexto, a entrevista de MSS ao Expresso é um documento humano e científico
de uma envergadura que nos orgulha de ter privado algum dia com uma personalidade
desta natureza inspiradora e arrebatadora.
Não sendo um
comunicador de grande fluência, MSS é um comunicador exemplar, sobretudo dos temas
da vida celular, do cancro, das relações entre biologia, genética e cultura, da
modéstia necessária da ciência e do conhecimento face ao que há para estudar,
descobrir e transformar em terapêuticas capazes de melhorar as condições de
vida da doença, qualquer que ela seja.
Só alguém da
dimensão de MSS consegue falar da sua “chatice”, o AVC, como ele o faz na entrevista
do Expresso. É tocante, comovente, desconcertante e sobretudo inspirador seja
para quem passou por processos mais similares ou para quem se tem
necessariamente de preparar para acolher e gerir a sua ocorrência.
Já não falamos
há longo tempo, mas obrigado Manuel.
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