(À boa moda de outros tempos, o El Mundo acaba de publicar
entre os meses de julho e os princípios de agosto uma novela em 11 episódios
(entregas dizem os espanhóis) de autoria de Fernando Aramburu. No estilo austero que é típico da escrita de
Aramburu, Klaus é uma meditação de meia-terceira idade sobre a doença alheia
mas próxima, neste caso de um vizinho. Os fantasmas mais inesperados passeiam-se
por este relato)
O El Mundo é um jornal
imaginativo, criativo, que gosto de ler, sobretudo quando o tempo é mais distendido.
A rotina de acesso vira-se para o El País e a leitura de maior descoberta orienta-se
para o El Mundo e não esqueço que ao jornal devemos a mais completa denúncia do
caso Barcenas no PP, que tendo a considerar o início do fim de Rajoy.
Pois em tempos de estio,
o El Mundo acolheu a publicação de uma novela de Fernando Aramburu, KLAUS,
em onze episódios que em tempos idos classificaríamos de folhetim. Já aqui
deixei o registo de que a leitura do Pátria, feita em castelhano no âmbito
da minha iniciação à língua, me impressionou fortemente. Gosto do registo
despojado de Aramburu e, no caso da questão basca, o livro é um registo notável
de equilíbrio. Abordar a tragédia do independentismo violento da ETA como
Aramburu o faz a partir de uma narrativa que segue pessoas e famílias sem um
posicionamento explícito sobre o desvio etarra não está ao alcance de muitos. Já
depois do Pátria li o “Autorretrato sin mí” e ainda mais
convencido fiquei da austeridade do registo que oculta uma capacidade de
narrativa de uma notável economia de palavras.
KLAUS é uma novela sobre
os fantasmas e demónios que nos assaltam, quando a doença e a morte andam por
perto, neste caso de um vizinho, paredes meias com a nossa casa.
É possível recolher no
El Mundo on line (link aqui) as 11 entregas que
integram a novela e lê-las de uma assentada. A crueza da narrativa pode chocar,
mas a qualidade e beleza das ilustrações de Toño Benavides compensarão os mais
sensíveis.
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