domingo, 10 de novembro de 2019

A MÁ CONJUNTURA DOS GRANDES CLUBES PORTUGUESES

(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)



Preparo-me para assistir do sofá ao dérbi do Bessa, após mais uma semana diabólica (no sentido satânico propriamente dito) do FC Porto. Primeiro foi a derrota em Glasgow com uma exibição miserável e um comando ainda pior do que isso a partir do banco. Sérgio Conceição vai revelando as suas insuficiências para um comando estável e coerente de um clube grande, sendo que os seus momentos de autocrítica são patéticos e insuportavelmente arrogantes. E, dado que a lei de Murphy insiste mesmo em manifestar a sua presença, a semana acabaria com a “bronca” de uma suspensão disciplinar de quatro atletas, dois quais três têm funcionado como titulares mais ou menos indiscutíveis, decisão esta que tem de se aceitar mas que não deixa de ser bem reveladora do estado de descontrolo organizativo que começa a vir ao de cima, com reflexos no (des)enquadramento dos jogadores recém-contratados. Veremos daqui a pouco se o Boavista ajudará a agudizar as manifestas evidências de uma crise ou se os onze escolhidos para hoje conseguirão protelar uma crise que já começa a tornar-se indisfarçável.

(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

Mas o futebol português está cada vez pelas ruas da amargura. Do Sporting nem é bom falar, apesar de uma campanha razoável na Liga Europa (que ainda falta confirmar) – à difícil situação financeira (embora os rivais também não estejam em especiais condições para deles se rirem) e à hostilidade de uma larga fação dos sócios para com o Presidente e a Direção soma-se a eliminação da Taça de Portugal às mãos do modestíssimo Alverca, enquanto a luta pelo título já parece uma claríssima miragem.

(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

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O Benfica, por seu lado, vem decaindo exibicionalmente de forma visível (a falta de Jonas e do milagre imprevistamente surgido que foi João Félix) e só as vitórias nacionais (quase sempre arrancadas a ferros) escondem minimamente a continuada catástrofe europeia (esta semana confirmada em Lyon) – e, neste quadro, com Vieira a continuar a prometer mais Europa, aquela gente vai-se partindo num dilema bem alimentado por Bruno Lage e centrado entre o prosseguimento da estratégia de apostar no Seixal e a necessidade imperiosa de voltar a encher os bolsos de Jorge Mendes (e não só) com comissões em torno de nomes sonantes (“mais mercado, menos Seixal”).

(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

E assim vamos, também a braços com uma seleção nacional cheia de predestinados mas em desesperante baixa de resultados por mor de um responsável (Fernando Santos) temeroso e inconsequente – não obstante, ainda esperamos todos um apuramento vergonhosamente dificultado por culpa própria.

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