(Partilho com o meu colega
de blogue a incomodidade do abraço entre o menino da comunhão Pedro e o
aspirante a condutor de autocarro Pablo. Mas gostaria de ter o
estilo viperino de Barreiro Rivas para a descrever. Como não o tenho, opto pela
vénia ao cronista da Voz de Galicia, que conheci em alguns meetings por essa Galiza)
“Tudo
começa no minuto 28A. Sánchez, que alinhava como avancado-centro, mas na
realidade jogava como falso nove – mais falso que nove – recebe um mau passe do
seu guarda-redes. Mas assumindo a mentalidade de um craque, sai-se como um tiro
e aplica-lhe um chapéu –em forma de veto – ao inexperiente Iglésias; discute com brilhantismo três jogadores e,
quando volta a ver Iglésias disputando-lhe a bola no terreno do Unidos Podemos,
aplica-lhe um bico – sob a forma de “não
dormiria tranquilo contigo no Governo que põe os espectadores em pé. Sentindo-se
puxado por tanta energia, o falso nove enebria-se com a bola, submete e humilha
o valentão Iglésias – sob a forma de “se queres uma vice-presidência tem de ser
para a tua mulher” até o deixar nas cordas. Finalmente, enquanto que Iglésias
se atira para a piscina para dissimular o seu fracasso, Sánchez fixa-se na baliza
com a intenção de entrar com a bola pela baliza dentro. Iglésias, que tira do
nada uma boa posição defensiva, é abalroado por Sánchez que saca comete falta
atacante. Enquanto Sánchez cinicamente se ria, dizendo ao árbitro que nada se
tinha passado, um defesa medíocre de Unidos Podemos saca a falta com um passe
curto para Pablo, que, com uma pontaria certeira e a 80 metros de distância mete
um golo pela equipa - do tipo “agora vais aguentar o que eu te diga”, o que, dado
ter acontecido no minuto 45, vale uma vice-presidência e vários ministérios e deixa
a Liga em aberto. Sánchez 0 - Iglesias 1.
No início
do segundo tempo, o árbitro mostra a Sánchez o cartão amarelo, por ter pisado Iglésias
– sob a forma de “já tenho uma vice-presidente que se chama Calviño e não preciso
de mais contratações. E ao formar-se uma interpelação ao árbitro por mostrar o
amarelo ao craque, a equipa socialista perde por vermelho direto – sob a forma
de eleições repetidas – três jogadores. Enquanto a equipa procura reordenar-se,
Iglésias devolve o bico a Sánchez – sob a forma de "ou pactas agora ou te afundas
na miséria", e tratando de centrar para o segundo poste, marca o seu magnífico
segundo golo. Sánchez 0-Iglésias 2.
A
equipa de Sánchez descompõe-se. Os avançados baixam para defender e os defesas
sobem para atacar. A jogadora Calvo, que se sente diminuída por partilhar as
vice-presidências com inexperientes como Iglésias e Calviño, deixa de correr. E
a equipa de arbitragem – composta por seis PNV, os personalistas de Teruel e os
separatistas do VAR- começa a cortar-lhes o jogo, sem perdoar uma que seja aos sanchistas.
Até Ábalos, muito zangado, comete uma grande penalidade – sob a forma de “faremos
um governo monocolor” – que um sereníssimo Iglésias atira para a baliza à
Panenka e olhando desafiador para a bancada. Sánchez - Iglésias 3.
Para
sair do pântano, a equipa de Sánchez decide contratar Iglésias no mercado de
inverno. Mas este já respondeu que só assinará se lhe derem a camisola de Messi.
Moral da história: futebol é futebol e democracia é democracia. Quem não estiver
de acordo que vá antes à ópera.”
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