De vez em quando os nossos amigos galegos dedicam páginas dos seus jornais – e não só! – a analisar e denunciar a “ofensiva” do Norte de Portugal, que consideram um misto de alguma estratégia com alguma concorrência desleal. A mais recente dessas incursões é a que aqui deixo ao vosso conhecimento. Os eixos em que se focam os acusadores galegos são a nossa política de solos, a nossa mão-de-obra barata e as nossas vantagens fiscais, alegadamente determinantes para uma criação de emprego industrial do nosso lado bastante superior à deles (uma oferta de postos de trabalho no primeiro semestre de 2019 de 4437 contra 690, respetivamente). Não estou assim tão certo de que tenhamos um planeamento tão estruturado em termos de captação de investimento, mas conheço bem e de perto o modo atento e voluntarista com que uma boa parte dos municípios do Norte encaram a localização empresarial como uma dimensão vital das suas políticas de retenção e captação de pessoas num quadro de procura de uma maior afirmação no plano da criação de riqueza. Pena que não existam efetivamente condições objetivas para que daqui pudéssemos passar organizadamente a novos e possíveis saltos qualitativos numa área que é verdadeiramente decisiva para os nossos territórios e para a correspondente densificação da economia e da sociedade portuguesa.
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