Será Jeremy Corbyn apenas aquilo que parece e de que mais o criticam e acusam? A maioria da imprensa britânica e dos seus comentadores juram de há muito que sim, que se trata de um trabalhista da velha guarda, de um político datado de pensamento assente numa ultrapassada ortodoxia de esquerda, de um aspirante a liderar o governo do Reino Unido que nunca foi capaz de percecionar e incorporar a relevância da presença na União Europeu como um vetor estratégico para o seu país (como é ser neutro em relação ao Brexit ali e agora?). O manifesto programático que esta semana apresentou aos eleitores (It’s time for real change) filia-se nesse comprimento de onda ao não evidenciar grande diferença em relação ao que dele se tem dito e redito, entre impostos penalizando empresas e classes médias com vista a redistribuições significativas de rendimentos e um vasto processo de nacionalizações a concretizar. Assim o mais certo é que Corbyn possa ficar-se por aqui, leia-se pela noite de 12 de dezembro, mas sempre teremos de admitir uma vaga hipótese – quem sabe, neste mundo surpreendente e adverso à normalidade? – de a resiliência teimosa e desligada poder vir a dar frutos.
(Bob Moran, http://www.telegraph.co.uk)
(Patrick Blower, http://www.telegraph.co.uk)
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