quarta-feira, 27 de novembro de 2019

SUBIR A RUA DE CAMÕES


Perdoar-me-ão que aqui faça uma estrita incursão portuense para assinalar uma novidade que hoje entrará em vigor no trânsito da minha cidade: um duplo sentido de circulação na Rua de Camões e, parcialmente, na Rua Damião de Góis (entre S.Brás e Antero de Quental) com vista a assim se procurar criar uma alternativa ao congestionamento da Rua de Faria Guimarães e, portanto, uma nova forma de escoamento a partir do centro do Porto.

Como a figura acima evidencia, esta mudança aponta para uma separação de destinos privilegiados através dos dois eixos que passam a coexistir, Camões (para a zona Norte/Amial e Poente/Boavista) e Faria Guimarães (para a zona Norte/VCI-Asprela e Nascente/Marquês-Antas). Tudo isto terá sido objeto de estudos aturados – que indicam, nomeadamente, uma previsão de redução do volume de tráfego na Faria Guimarães em cerca de 30%, com os correspondentes efeitos em termos de perdas de tempo e de sinistralidade rodoviária – e não serei eu a daqui apontar o dedo aos mesmos, embora sendo um habitante da zona não esteja especialmente confiante nos resultados a serem conseguidos.

Também o afirmo porque, convenhamo-lo, a situação da gestão do trânsito no Porto não é de molde a inspirar grande confiança aos utilizadores e tem mesmo vindo a deixar muito a desejar sob o comando de Cristina Pimentel. Porque, e insisto na minha, é preferível assumir que a cidade não é para os veículos automóveis, e disso tirar as coerentes conclusões proibitivas, do que fingir que é possível abraçar o céu e a terra com os mecos perigosamente espalhados por todo o lado, as ciclovias da Foz ou as vergonhosas filas no acesso à segunda cidade do País, entre muitos outros enumeráveis elementos de bloqueamento.

Em suma: pessoalmente, torço para que dê certo mas, no momento presente, a única coisa que podemos dar por verdadeiramente adquirida é que hoje será posto um fim a imagens como a que segue. O resto, veremos.

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