segunda-feira, 4 de novembro de 2019

O PORTO ENTUPIDO


Um recente artigo do “Jornal de Notícias” provocou-me o impulso subjacente a este post. Intitulava-se “Mais de meio milhão de carros entope o Porto todos os dias”, tinha a infografia de suporte que acima se reproduz e informava-nos que circulam no Porto quase 600 mil carros por dia, que entram diariamente na cidade 240 mil pessoas (número superior ao da população residente) e que o número médio de veículos que andam pela VCI é de 113 mil. É o que é, mas sendo assim talvez houvesse medidas a adotar que combatessem um tal conformismo ou não se limitassem à intrusão – dou dois exemplos: a invasão de algumas das principais ruas da cidade por mecos no meio da via e a vergonhosa entrada no Porto pela ponte da Arrábida. Qual é o meu ponto? Em síntese, o de que haverá que ser coerente entre entender (quiçá bem) que a cidade é para as pessoas e permitir sem restrições a entrada na mesma de mais de 230 mil viaturas, o de que se entram carros não se justifica infernizar a vida dos seus condutores num trânsito regulatoriamente desordenado e na essência caótico, o de que ou se fecham (ou limitam) as entradas de veículos na cidade ou não faz sentido que a segunda cidade do País apresente uma entrada de uma só via (!) pelo lado da ponte da Arrábida. Alguém tem de impor que não se aja meramente ao sabor do politicamente correto ou de uma preguiça convencionada – organizar o acesso à cidade sim (mesmo se até chegar a proibições de qualquer espécie), encher a cidade de mecos, alargamentos de passeios e pistas de ciclismo sem nada fazer naquele outro prato da balança não. Os cidadãos e os visitantes merecem mais atenção e os responsáveis pelo Porto precisam de pensar tudo isto.

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