Focando apenas o tamanho do bicho – sempre um bicho pequeno para as necessidades (estratégicas ou egoístas), convenhamos! –, ninguém gosta de se ficar no meio daquela balbúrdia de 27 “macacos” a falarem cada qual para o seu lado e visando o seu público nacional. A Comissão Europeia (CE), aquela que está agora de saída, apresentou a sua proposta em maio e ela correspondia a um volume orçamental equivalente a 1,11% do PNB total dos 27 Estados membros. Bastante mais tarde, o Parlamento Europeu (PE) – sob alguma inspiração do nosso eurodeputado de Vila Verde e da sua ideia de um bottom-up – avançou com uma contraproposta, absolutamente irrealista face às circunstâncias, de 1,3% do mesmo PNB. E os países foram-se posicionando a seu tempo e à sua maneira: uma boa parte, ou seja oito (Croácia, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Itália, Lituânia, Malta e Roménia), secundou o montante da CE; cinco mais frugais (Alemanha, Áustria, Dinamarca, Holanda e Suécia), como generosamente lhes vão chamando nos meandros, decidiram defender que é 1% e nada mais (eles são pagadores líquidos!), baixando assim as expectativas para uma expressão mínima; a Presidência finlandesa fez uma gracinha e apresentou-se com um intervalo de 1,03% a 1,08% (inferior à proposta da CE); cinco outros (Bélgica, Chipre, Finlândia, Irlanda e República Checa) vieram declarar-se dispostos a aceitar algo abaixo da proposta da CE mas acima dos 1% dos mais minimalistas; a Grécia, sempre pragmática, aderiu ao valor do PE, enquanto a Estónia e a Hungria se posicionaram numa lógica reivindicativa visando fazer subir o valor da CE (1,16% passou a ser o seu número) com Portugal – liderado pelo seu reconhecido negociador Costa – a ir no mesmo sentido mas a preferir apostar numa possível melhoria da proposta da CE e na fixação de um intervalo negocial mais lato e institucional (i.e., entre a CE e o PE). No momento atual, ainda se desconhece o que pensam ao certo cinco países (Bulgária, França, Letónia, Luxemburgo e Polónia), sendo todavia claro que a confusão instalada ainda vai levar a algumas noites mal dormidas nas salas e corredores do edifício do Conselho Europeu. E é o que há...
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