(cartoons de Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)
Subscrevo, sem qualquer necessidade de pôr mais molho, a análise ontem aqui deixada pelo António Figueiredo sobre Jorge Jesus e a espetacular vitória dupla do Flamengo (Libertadores e Brasileirão). Dito isto, e daqui enviados os mais sinceros parabéns ao André Vasconcelos – o carioca que, há cerca de vinte anos atrás, reforçou em mim uma clara simpatia “menguista” – não posso evitar três perguntas sem resposta. Primeira: se Jesus descobriu ao intervalo a chave de uma vitória que tinha por certa, porque foi só em desespero, e aos 89 minutos, que a baliza adversária se lhe abriu? Segunda: se aquela dupla de centrais do River Plate não tivesse literalmente oferecido um golo ao Gabriel Barbosa o que teria sido a evolução e o desfecho do prolongamento? Terceira: se as coisas não tivessem virado quando já poucos nisso acreditavam, o que diria Jesus e os seus bajuladores? E acrescento ainda mais isto: (i) assistindo com objetividade, alguém pode achar que o futebol do Flamengo é assim tão espetacular e rigoroso quanto se passou a dizer desde que Jesus comanda a equipa? (veremos a eficácia da nota artística contra o Liverpool no Mundial de Clubes); (ii) sendo certo que Portugal marcou pontos no Brasil através de Jesus, tal não será também uma evidência de quanto os brasileiros nos desprezam (ou, pelo menos, são indiferentes) e do seu desmedido oportunismo?; (iii) Jesus não estará a exagerar um bocadinho quando se propõe para um “grande da Europa”? Termino confessando que foi a primeira vez na vida que puxei por uma equipa liderada por Jesus no banco – mas ponto final, tá?
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