domingo, 17 de abril de 2022

A CONGRATULAÇÃO DE MARX

(Felipe Hernández, “Caín”, http://www.larazon.es) 

Momento festivo para as bandas cristãs/católicas, o Dia de Páscoa não tem todavia para a maioria dos portugueses o mesmo peso simbólico do Dia de Natal. Aliás por boas e más razões, sublinhe-se. Assim, a variabilidade das formas de passar esta data é manifestamente grande, talvez ainda imperando as reuniões de família mas sendo cada vez mais os que a procuram aproveitar para uma fugida de maior ou menor expressão quilométrica e temporal. Este ano, e no que me toca, saí para breve mudança de ares em zona de baixa densidade, privilegiando a calma e a leitura em relação a movimentações mais ousadas porque também cansativas. Por isso, a alimentação do blogue não constitui hoje, de todo, uma prioridade de peso a considerar na agenda, estando até previsto um registo de ausência no meu planeamento ocupacional deste 17 de abril. O que só não acontece por via deste brevíssimo post que me foi suscitado de jato quando acedi à vinheta hoje publicada por Caín e nela revi toda a revolta com que me defronto quando ouço ou leio todos esses “intelectuais” que não leram Karl Marx nunca ― nem em devido tempo nem já fora de tempo ― mas sobre ele e a sua obra se pronunciam descaradamente e ao sabor da sua insigne ignorância; isto para já não falar no modo como o seu legado foi interpretado por seguidores diferencialmente escrupulosos ou no modo como foi apropriado à volta do mundo, em múltiplas geografias e temporalidades, por toda uma relevante série de agentes de transformação social que não apenas marcaram pela negativa a História do Século XX como tornaram a sua nefasta herança extensível pelo nosso século adentro. Dedico este meu escrito a todos aqueles inteligentes a que acima aludo, mentes brilhantes que são por definição e pois claro!

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