Não existiam muitas dúvidas quanto ao impacto mais provável da chegada de Alberto Feijóo ao poder no maior partido da oposição em Espanha, ademais o partido que provavelmente mais próximo está do sentir profundo dos povos hispânicos federados no Reino em questão. E ele aí está, traduzido numa significativa subida do Partido Popular nas sondagens, a qual já o conduz a um distanciado primeiro lugar nas expectativas do voto cidadão. Sendo óbvio que se trata de um clássico ― uma nova liderança induz quase sempre esperanças renovadas de outras ideias acompanhadas de maior energia e capacidade de combate ―, o certo é também que Feijóo não esperou muito tempo para dizer ao que vinha, quer no tocante ao toque da sempre decisiva classe média (via referências a um imprescindível alívio da carga fiscal) quer no tocante ao relacionamento institucional e interpartidário (pondo toda uma pressão diferenciada sobre o chefe do governo, Pedro Sánchez). Não admira, pois, que Feijóo já encare no seu universo de possíveis uma ocupação da Moncloa no futuro próximo, sendo embora ainda indefinidos os contornos que poderão concretizar isso mesmo: ou uma aliança com a extrema-direita (que parece pretender evitar) ou um milagre à Costa (mas nem todos nasceram com propensão a serem bafejados pela sorte, apesar da fragilidade que continua a perceber-se em Sánchez e na sua direção política) ou um bloco central que sempre poderá procurar forjar a partir da sua arte e engenho. Vão ser bem interessantes de seguir a tática e a trajetória de Feijóo nos tempos que aí estão para vir...
segunda-feira, 11 de abril de 2022
EFEITO FEIJÓO
(José Maria Pérez González – “Peridis”, http://elpais.com)
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