Perdoe-se-me a dimensão algo emotiva deste post, mas foi realmente muito impressivo em termos pessoais abrir as páginas do “Público” de hoje e nele me deparar com um artigo, aliás brilhante, ineditamente assinado pelos dois homens que mais marcaram a minha geração no Porto e Norte de Portugal dos anos 70/80 do século passado (um numa presidência notável da CCDR-N e outro ao ímpar comando do Gabinete de Estudos Económicos do BPA).
Na berlinda, estão sobretudo António Barreto e Cavaco Silva, pelas suas rudimentares vulgatas antirregionalização, que vêm de longe mas voltaram agora ao de cima. O texto é sério, intrinsecamente sério, ao invés dos escritos daqueles dois personagens e expoentes de um “pensamento retrógado” (a regionalização como “embuste político”) que a decência intelectual impõe desmascarar em nome de mínimos de sanidade e relacionamento cidadãos. Cumprimento e saúdo os autores pela coragem de assim virem contribuir para a abertura de um debate (será que não aparecerão por aí considerações desviantemente laterais de Barreto ou as habituais atoardas de Sousa Tavares sobre a matéria?), registando com admiração o seu posicionamento atento e crítico em relação a princípios e valores que só não relevam para aqueles cuja leitura do País padece de enviesamentos e construções mentais objetivamente circunscritas à reprodução do anacrónico centralismo em que continuamos mergulhados quarenta e oito anos depois do “dia inicial inteiro e limpo”.
Sem comentários:
Enviar um comentário