É já no próximo Domingo que se disputa a primeira volta das longamente aguardadas Presidenciais Francesas. Após um período em que subsistiam dúvidas quanto às reais possibilidades de um Emmanuel Macron hesitante sobre o seu adequado fine tuning estratégico e em que dúvidas dominaram quanto àquele que poderia ser o seu mais forte challenger (com Marine Le Pen em perda, Éric Zemmour a parecer conquistar a maioria do espaço à direita extrema e Valérie Pécresse a dar a ideia de que a direita moderada mais clássica também lá poderia chegar), Macron surgiu imperial nas sondagens com a essencial ajuda da Presidência Europeia, primeiro, e da guerra na Ucrânia e suas relações com Putin, depois.
Agora, quando o final está próximo, o Presidente em funções é acusado de excessivo intervencionismo sem resultados mínimos junto de Putin e começam a ressaltar alguns temores no seu campo (sobretudo por força de uma possível enorme abstenção que o prejudicaria largamente), uma renovada e perigosa afirmação de Le Pen ganhou expressão (com Zemmour e Pécresse fora da corrida) e também irrompeu timidamente a hipótese de uma surpresa por parte do candidato de esquerda menos institucional (Jean-Luc Mélenchon). No plano das probabilidades, tudo ocorrerá talvez sem grandes sobressaltos para Macron e o que ele representa em termos de uma continuada normalidade democrática mas não será de excluir de todo que algo de disruptivo possa vir a emergir, seja por via de uma segunda volta em que Le Pen não esteja vencida à partida seja por via de uma menos provável segunda volta que conte com um personagem sempre encarado como outsider como Mélenchon. Veremos, sendo que bem seriam de dispensar mais elementos de perturbação a acrescentar aos que já prevalecem como dominantes neste nosso mundo.
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