domingo, 24 de abril de 2022

QUE SEJA MACRON!

(Nicolas Vadot, http://www.levif.be

Logo mais ao início da noite saberemos o que o futuro reserva aos franceses e, com eles, aos europeus e ao respetivo projeto construtivo que já vai registando várias e atribuladas décadas. A escolha não é brilhante, limitada a uma senhora impreparada e dotada de um ideário radical de extrema-direita e antieuropeu ou a um presidente sortant que fez questão de largamente explorar sem os devidos cuidados práticas e valores de direita no seio de uma sociedade que o elegeu à esquerda. As sondagens existentes parecem apontar para uma vitória relativamente folgada de Macron, mas é cada vez mais claro que há um medo no ar que ninguém consegue literalmente explicar nem recusar ― um amigo parisiense escrevia-me hoje sobre o seu fervoroso desejo de que a “geografia do descontentamento” não torne a pregar-nos partidas de mau gosto... O essencial está realmente nas mãos de indecisos e insubmissos, sendo que faz alguma urticária ver a França do maio de 1968 e de François Mitterrand a vacilar perante a deceção face ao poder e uma enorme incapacidade para ajudar a impor os caminhos europeus de afirmação e renovação indispensáveis ao contrariar dos perigosos recuos que Le Pen vigorosamente promete.


(Pierre Kroll, http://www.lesoir.be)


(Felipe Hernández, “Caín”, http://www.larazon.es)

 

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