quinta-feira, 14 de abril de 2022

O PARTYGATE ESTÁ DE VOLTA

Boris Johnson tem-se desdobrado em movimentações pró-ucranianas de múltiplas naturezas e até já se deslocou ao local, tendo sido aliás recebido com a deferência que exigiu aos beneficiários dos esforços que bem levando a cabo em prol da causa. Não obstante ninguém duvidar do lado em que está o primeiro-ministro britânico no conflito aberto pelos russos ― mal feito fora! ―, o facto é que a sinceridade das correrias e das ofertas de Boris merece algum questionamento à luz da embaraçante situação em que se encontra no plano interno, por variadas razões e, muito especialmente, por motivos associados ao chamado “partygate”. Abrandado o interesse mais imediatista pela guerra, o tema volta agora ao de cima através da divulgação pública de que BoJo e alguma da sua entourage próxima (mulher e ministro das Finanças, desde logo) iriam ser objeto de multas relacionadas com os incómodos e reiterados acontecimentos que foi provado terem sido realidade em Downing Street durante o confinamento. Entretanto, já ocorreu uma nova demissão no gabinete governamental e as oposições também já voltaram à carga com pedidos de demissão do (ir)responsável. Mais uma vez, tudo leva a crer que ― se a lógica não for uma batata! ― Boris irá passar novamente por aflições para suster tais pressões e conseguir manter-se no cargo que tanto lhe custou a conseguir, como todos recordamos aquando da quase pornográfica novela que foi o processo do Brexit e do leading role que o dito nela desempenhou.


(Jonathan McHugh, http://www.ft.com)

(Morten Morland, http://www.thetimes.co.uk)

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