Há muito quem goste de dividir a cena internacional entre bons e maus, sendo preferencialmente bons os nossos e como nós e maus ou outros e diferentes. Algo que prima manifestamente pela ausência de objetividade e rigor, mais não seja se inventariarmos a lista imensa de “maldades” praticadas nas últimas décadas pelo Ocidente, ou melhor, sob a égide da ordem internacional saída da 2ª Grande Guerra Mundial.
Não obstante, há evidências maléficas que não podem deixar de ser trazidas à colação quando nos referimos à crueldade e impunidade que imperam no mundo em que vivemos (do Afeganistão à Síria, para só referir dois casos extremos, ou da Turquia de Erdoğan à Hungria de Orbán, para só referir dois cúmplices próximos dos piores males e das soluções cínicas e de benefício próprio) e há, depois, os responsáveis maiores por uma nova espécie de “eixo do mal” que se vai impondo nesta década em que fomos surpreendidos por guerras impensáveis (invasão da Ucrânia pela Rússia) e violências inauditas (intervenção de Israel em Gaza, ainda que em resposta a um ato bárbaro do Hamas) e em que estamos ainda suspensos de possíveis escaladas de descontrolo que podem decorrer da eleição de Trump nos EUA e/ou de uma concretização da ameaça da China em relação a Taiwan.
É sobre estes quatro figurões o meu post de hoje, neles abordando as conjunturas factuais que mais imediatamente nos chegam de três deles (a demissão do ministro da Defesa de Putin, as incoerentes incursões de Netanyahu em Rafah e o julgamento de Trump a propósito das suas relações sexuais com uma atriz porno e da sua posterior compra do silêncio desta), com a situação de Xi a não passar de uma exibição da proverbial e dissimulada reserva de um regime chinês que mastiga e aguenta até onde pode (analisando a situação concreta e objetiva até ao limite) e só se predispõe a agir pela calada e num quadro favorável porque a sua noção de tempo não é equivalente à dos players contrapartes.
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