Acima, o homem que este ano se vai tornar o novo primeiro-ministro britânico, só não sabe ainda é exatamente quando. Trata-se do líder trabalhista Keir Starmer, um político que não é especialmente carismático nem mesmo alguém que prime por ser empático mas, depois das várias perturbações e incidentes internamente ocorridos, é alguém que se fixou no lugar e o foi consolidando com alguma mestria (embora assumindo por vezes tomadas de posição improváveis ou menos justificáveis e coerentes à luz do ideário que representa – vejam-se, p.e., as suas opções complacentes face ao Brexit).
O Partido Trabalhista, que está afastado do poder desde o ciclo de Tony Blair e Gordon Brown (1999/2010), vai agora regressar na sequência de um complexo período de dominação conservadora em que o mais marcante foi a enorme desqualificação política dos chefes de governo (John Cameron, Theresa May, Boris Johnson, Liz Truss e Rishi Sunak, este talvez o menos mau de todos) e a concretização de um desastroso Brexit. Sendo notório que Starmer não gera expectativas resplandecentes, é igualmente certo que procura situar-se realisticamente perante os problemas, como ainda esta semana ocorreu quando afirmou que iria revogar o hediondo plano do Ruanda, por um lado, e reforçar o controlo de fronteiras, por outro. Às vezes é assim, e de onde pouco se espera, que surgem bons intérpretes... e o Reino Unido está disso carente como de pão para a boca!
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