Acaba de ser publicado pela DG REGIO da Comissão Europeia, com metodologia melhorada relativamente aos anteriores, o excelente documento “The EU regional Social Progress Index 2.0 – 2024 edition” (SPI). Entre vários outros méritos, este exaustivo trabalho elaborado em torno de uma bateria alargada de indicadores de toda a ordem relacionados com as diferentes dimensões ou componentes por que necessariamente se desdobra qualquer avaliação do nível e qualidade de vida de países ou regiões (veja-se o seu detalhado descritivo no quadro seguinte) acaba assim por se distinguir pelo facto de lograr trazer a público um indicador compósito que pode e deve ser analisado em estreita complementaridade com o indicador de riqueza relativa tradicional, o “maldito” PIB per capita à paridade de poder de compra.
Ou seja, e reportando-me especialmente ao caso português no contexto europeu: os dados provenientes deste SPI permitem reequilibrar as considerações menos otimistas relativas à falta de crescimento da economia portuguesa nas últimas décadas, com impacto na visível ultrapassagem de Portugal por variados países da Europa Central e Oriental em termos de PIBpc – de facto, e como evidencia o primeiro gráfico abaixo, o SPI nacional situa-nos no lugar 14 entre os 27, deixando atrás de nós países como a Espanha e a Itália, a Chéquia e a Polónia, a Hungria e a Eslováquia, para já não referir países mais distanciados como a Roménia (a economia que atualmente está a nosso par em matéria de PIBpc) e a Bulgária.
Paralelamente, o SPI regional (segundo gráfico mais abaixo) fornece igualmente informação de teor menos negativo para o lado nacional do que a que toma por base o efeito-crescimento: entre 236 regiões europeias avaliadas, as sete sub-regiões nacionais posicionam-se na parte superior da tabela – em 64º (Área Metropolitana de Lisboa) e em 115º (Norte) –, a meio da mesma – em 121º (Centro) e em 122º (Algarve) lugares, respetivamente –, ligeiramente abaixo – em 135º (Alentejo) – e na sua parte inferior mas não na cauda – em 163º (Madeira) e em 173º (Açores); sendo ainda de notar que todas sub-regiões do Continente obtêm um SPI superior ao da média europeia. O mapa que encerra este post permite ainda que se ponha em melhor perspetiva o atual ponto de situação que se observa no quadro da União Europeia.
(Construção própria a partir de https://ec.europa.eu/regional_policy)
(Construção própria a partir de https://ec.europa.eu/regional_policy)
(https://ec.europa.eu/regional_policy)
Consciente de que a informação que selecionei mais não constitui do que um aperitivo em relação às imensas pistas de aprofundamento que os dados do novo SPI viabilizam, prometo que tentarei voltar ao assunto em próxima oportunidade.
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